E aqui vamos nós tentar usar mais uma vez a internet como uma forma de registrar o cotidiano e dividir alguns pensamentos. Na era onde tudo é vídeo de 15 segundos, convido vocês para um espaço com mais palavras escritas e fotos.
Há três meses meu marido e eu nos mudamos para Berlim no plano de construir algo novo para nós como casal e indivíduos. É uma experiência que afeta muitas áreas da vida e por mais que seja um privilégio poder imigrar, é também um processo que nos deixa vulnerável com o adendo de estar em um lugar nada a ver culturalmente se comparo com o lugar de onde vim.
Berlim foi um lugar muito especial durante a minha época de mochileira. Fiquei apaixonada pela cidade, pelo ritmo de como as coisas aconteciam aqui e por tudo que esse lugar poderia oferecer. Agora, quase cinco anos após parar de mochilar (viví nômade entre 2016 e 2018), volto aqui para uma vida mais fixa e percebo o quanto mudei nesse período. Nem sei como consegui viajar tanto tempo com a saúde mental fragilizada, mas isso é assunto pra outro post.
Estar aqui em um contexto em que eu me sinta genuinamente feliz está sendo incrível.
Lembro que em 2017, minha primeira vez aqui eu estava num misto de me sentir perdida e impressionada. Fiz amizades que nunca perderam o sentido, o sentimento de “liberdade” me invadiu o peito e então eu disse: “Um dia eu vou morar aqui!”
Agora, em fevereiro de 2023 eu consigo olhar pra trás e ter mais carinho pela Eve do passado, pela pessoa corajosa e confusa que fui e que sem ela a Eve de agora não saberia nada.




